Nos minutos antes de Chester Bennington entrar no palco, ele é como uma bola perambulante de energia. Ele tem uma rotina, que segue antes de todos os shows. Começa lentamente, e vai crescendo até ele chegar a um ápice.
Primeiro, ele se exercita, depois come, e tenta se manter calmo. “Não vou atrás de strippers ou tomar ecstasy com modelos numa banheira” diz Chester, esboçando um sorriso. Bem, ele não vai mais mesmo.
Houve um tempo em que ele talvez fosse; o mesmo tempo em que ele diz que usava “cigarros, baseados, cerveja e Jack Daniels” para aquecer a voz. Mas agora que a bebida e as drogas ficaram para trás, ele passa por exercícios vocais mais sóbrios isolado em seu próprio camarim. E, lentamente, com o passar dos minutos, a tensão cresce enquanto o relógio acelera até a hora de ir pro palco.
Ele se veste e começa a sentir a transformação. Ele chama sua roupa de palco de “uniforme de super-herói”.
“Assim que visto certas jaquetas, assumo o papel,” ele diz. “Quando você as veste, você sai de ser uma pessoa normal para ser alguém que está na banda.”
E é aí que a adrenalina começa a correr. Ele vai ficar andando e cumprimentando todo mundo que vir. Vai bater em punhos e gritar; vai passar pelos mesmos detalhes rotineiros com os mesmos membros da equipe a cada noite. É importante para ele.
“Isso une as pessoas,” ele diz. “Quando essas coisas não acontecem, você sabe que há algo errado. Elas colocam todo mundo no mesmo lugar.”
Então, com um aceno, é hora de ir. Linkin Park – Chester, o co-vocalista e cabeça da banda Mike Shinoda, o guitarrista Brad Delson, o baixista Dave Farrell, o baterista Rob Bourdon e o DJ Joe Hahn – vão rumo ao palco. O coração, diz Chester, ainda bate tão forte agora quanto batia 11 anos atrás quando eles fizeram a primeira turnê do seu álbum de estreia Hybrid Theory.
Com o público esperando, ansioso, eles param por apenas um segundo. Eles se abraçam.
E aí atacam.
Era o que Chester estava fazendo três noites atrás, antes de sair para encarar o público de 60 mil pessoas do Download. É o que ele vai fazer amanhã à noite antes de encarar outro mar de rostos. É o que ele fará quase toda noite na turnê até setembro. Ele acha que é a única maneira de manter a banda no seu melhor. E essa é a prioridade deles.
“Sou uma pessoa muito competitiva,” ele diz. “Quero ser melhor do que todo mundo. Pretendo continuar fazendo isso.”
Primeiro, ele se exercita, depois come, e tenta se manter calmo. “Não vou atrás de strippers ou tomar ecstasy com modelos numa banheira” diz Chester, esboçando um sorriso. Bem, ele não vai mais mesmo.
Houve um tempo em que ele talvez fosse; o mesmo tempo em que ele diz que usava “cigarros, baseados, cerveja e Jack Daniels” para aquecer a voz. Mas agora que a bebida e as drogas ficaram para trás, ele passa por exercícios vocais mais sóbrios isolado em seu próprio camarim. E, lentamente, com o passar dos minutos, a tensão cresce enquanto o relógio acelera até a hora de ir pro palco.
Ele se veste e começa a sentir a transformação. Ele chama sua roupa de palco de “uniforme de super-herói”.
“Assim que visto certas jaquetas, assumo o papel,” ele diz. “Quando você as veste, você sai de ser uma pessoa normal para ser alguém que está na banda.”
E é aí que a adrenalina começa a correr. Ele vai ficar andando e cumprimentando todo mundo que vir. Vai bater em punhos e gritar; vai passar pelos mesmos detalhes rotineiros com os mesmos membros da equipe a cada noite. É importante para ele.
“Isso une as pessoas,” ele diz. “Quando essas coisas não acontecem, você sabe que há algo errado. Elas colocam todo mundo no mesmo lugar.”
Então, com um aceno, é hora de ir. Linkin Park – Chester, o co-vocalista e cabeça da banda Mike Shinoda, o guitarrista Brad Delson, o baixista Dave Farrell, o baterista Rob Bourdon e o DJ Joe Hahn – vão rumo ao palco. O coração, diz Chester, ainda bate tão forte agora quanto batia 11 anos atrás quando eles fizeram a primeira turnê do seu álbum de estreia Hybrid Theory.
Com o público esperando, ansioso, eles param por apenas um segundo. Eles se abraçam.
E aí atacam.
Era o que Chester estava fazendo três noites atrás, antes de sair para encarar o público de 60 mil pessoas do Download. É o que ele vai fazer amanhã à noite antes de encarar outro mar de rostos. É o que ele fará quase toda noite na turnê até setembro. Ele acha que é a única maneira de manter a banda no seu melhor. E essa é a prioridade deles.
“Sou uma pessoa muito competitiva,” ele diz. “Quero ser melhor do que todo mundo. Pretendo continuar fazendo isso.”
Mas antes de tudo vem a prática que leva à perfeição. Você se junta a nós dez dias antes de Chester subir ao palco do Download, e ele e sua banda estão ensaiando em Los Angeles. Aqui, eles preparam as versões ao vivo das músicas com as quais fizeram uma curva criativa no seu quarto álbum lançado no ano passado, A Thousand Suns. Tem ido bem, o material novo é mais experimental, aparentemente caindo bem – como se fosse incomum – com os hinos de nu-metal com os quais fizeram seu nome.
Chester está em um tipo de hotel em Beverly Hills, onde o serviço é silencioso e discreto mas os preços são de encher os olhos e assustar. Ele passa pela piscina da cobertura e vai à mesa da Kerrang!, oferecendo um sorriso acolhedor e um grande cumprimento. Uma cruz pendurada em seu pescoço enquanto ele fecha os olhos por causa do sol do meio da manhã da Califórnia, e seu cabelo está escuro e cortado bem próximo à cabeça. Não há um grama de gordura nele, e ele parece estar muito em forma, saudável e bronzeado.
“Bem, não estou tão em forma quanto gostaria, ainda estou tratando de alguns machucados,” ele diz antes de explicar que mais tarde precisa de uma injeção para um problema doloroso no ombro. “A agulha,” ele diz, medindo uma distância no ar como um pescador contando sobre um que escapou, “é desse tamanho.”
Aí ele dá de ombros, mas acrescenta: “Mas geralmente, estamos na melhor forma de nossas vidas, mental, fisicamente e espiritualmente. Tivemos a oportunidade de rejuvenescer nossas baterias.”
No passado, Chester era conhecido por ser irritado. Mas esse era o antigo Chester – e, de fato, o antigo Linkin Park. Nos últimos anos, sua vida pessoal se acalmou e ele parou de beber – apesar de ele confessar achar estranho. Ele sente que trocou a desordem por estabilidade. E o efeito disso é óbvio na tranqüilidade de sua conversa essa manhã.
Ele diz que já começou a rezar com mais frequência. Sua fé, ele acrescenta, sempre esteve lá, mas, desde sua sobriedade, tem se tornado uma força mais dominante em sua vida – por isso, presume-se, a cruz em torno do seu pescoço.
“Rezo o tempo todo. É algo que me mantém no lugar. Se eu me pego pensando, ‘Eu provavelmente podia correr pra um bar hoje à noite’, então tenho uma voz dentro de mim que diz, ‘Não, não, não’. E eu confio nela, então agradeço por essa dica. Aprendi a não ter mais Deus como garantia sempre.”
Linkin Park acabou de ter dois meses de folga depois da turnê inicial de A Thousand Suns. Chester, agora com 35 anos, tem passado tempo vendo sua família. Ele tem quatro filhos – um com sua esposa atual, um com a primeira esposa e outros dois com uma parceira anterior – e diz que eles são de longe as pessoas mais importantes de sua vida. Quando não está com eles, está jogando golf, assistindo TV no sofá ou jogando basquete com seus amigos na sua cidade natal de Phoenix no Arizona.
“Levamos a sério, estamos lá mergulhando por bolas estúpidas e dando cotoveladas e coisas assim, é ótimo,” ele diz. “Apanho como todo mundo. Não acho que qualquer um pense que sou uma estrela de rock quando estão me batendo pelas costas.”
Ele também podia ter passado esse tempo considerando quão diferentes estão as coisas para sua banda depois do quarto álbum.
Depois dos massivos triunfos globais dos seus dois primeiros trabalhos, o disco de diamante – 10 milhões de cópias só nos EUA, caso você não saiba – de Hybrid Theory e as vendas multi-milionárias de Meteora, o Linkin Park não parecia ser a banda mais disposta a abandonar seu nu-metal altamente comercial para vagar por gravações eletrônicas, sintetizadores, política, conceitos e estruturas exploratórias nas músicas. Ou pelo menos não com sucesso.
Mas não foi esse o caso. Apesar de A Thousand Suns não ter vendido números como os dos dois primeiros álbuns da banda, ainda foi uma realização fantástica para eles. Talvez isso não seja mais evidente nas vendas de discos – as mudanças na indústria musical significam que vendas não são mais a definição de sucesso que foram – mas é evidente em outros lugares.
Há sinais óbvios – a vaga de atração principal em grandes festivais como o Download, por exemplo – mas outros também. No Facebook eles tem quase 30 milhões de ‘curti’ (para contexto, U2 tem nove milhões), enquanto seus uploads no canal do YouTube tem, no instante que isso foi escrito, um total de 560 milhões de visualizações (os uploads da maior estrela do pop mundial Michael Jackson tiveram apenas 108 milhões, ainda que em um período de tempo menor). Tudo aponta para uma popularidade extraordinária.
Deve ser o porque de Chester e o resto de sua banda estarem de tão bom humor que passam seu primeiro ensaio, ontem, brincando como “um bando de adolescentes malditos”.
“Normalmente, fazemos bobagens por uma hora,” diz Chester. “Nosso gerente de produção grita, ‘Já é uma da tarde! Por que vocês não começaram? Vocês sabem que estão pagando por isso, certo?’ Aí ficamos enrolando, enquanto Mike mexe no equipamento. Eventualmente, quatro de nós estamos prontos e ficando inquietos, então finalmente os outros dois ficam prontos… que é geralmente quando Dave diz, ‘Ok, hora da pausa!’.”
Em algum momento, eles até podem tocar alguma coisa. Mas até isso tende a virar brincadeira, especialmente quando eles chegam aos sucessos que tem tocado por anos – músicas sobre as quais Chester fala com um traço de tédio na voz.
“Ontem, quando chegamos às últimas cinco músicas – One Step Closer, In the End… as músicas que tocamos nossa carreira inteira – todos já estão sacaneando, tocando mal e sem levar nada a sério. É um dia típico de treino.”
Chester está em um tipo de hotel em Beverly Hills, onde o serviço é silencioso e discreto mas os preços são de encher os olhos e assustar. Ele passa pela piscina da cobertura e vai à mesa da Kerrang!, oferecendo um sorriso acolhedor e um grande cumprimento. Uma cruz pendurada em seu pescoço enquanto ele fecha os olhos por causa do sol do meio da manhã da Califórnia, e seu cabelo está escuro e cortado bem próximo à cabeça. Não há um grama de gordura nele, e ele parece estar muito em forma, saudável e bronzeado.
“Bem, não estou tão em forma quanto gostaria, ainda estou tratando de alguns machucados,” ele diz antes de explicar que mais tarde precisa de uma injeção para um problema doloroso no ombro. “A agulha,” ele diz, medindo uma distância no ar como um pescador contando sobre um que escapou, “é desse tamanho.”
Aí ele dá de ombros, mas acrescenta: “Mas geralmente, estamos na melhor forma de nossas vidas, mental, fisicamente e espiritualmente. Tivemos a oportunidade de rejuvenescer nossas baterias.”
No passado, Chester era conhecido por ser irritado. Mas esse era o antigo Chester – e, de fato, o antigo Linkin Park. Nos últimos anos, sua vida pessoal se acalmou e ele parou de beber – apesar de ele confessar achar estranho. Ele sente que trocou a desordem por estabilidade. E o efeito disso é óbvio na tranqüilidade de sua conversa essa manhã.
Ele diz que já começou a rezar com mais frequência. Sua fé, ele acrescenta, sempre esteve lá, mas, desde sua sobriedade, tem se tornado uma força mais dominante em sua vida – por isso, presume-se, a cruz em torno do seu pescoço.
“Rezo o tempo todo. É algo que me mantém no lugar. Se eu me pego pensando, ‘Eu provavelmente podia correr pra um bar hoje à noite’, então tenho uma voz dentro de mim que diz, ‘Não, não, não’. E eu confio nela, então agradeço por essa dica. Aprendi a não ter mais Deus como garantia sempre.”
Linkin Park acabou de ter dois meses de folga depois da turnê inicial de A Thousand Suns. Chester, agora com 35 anos, tem passado tempo vendo sua família. Ele tem quatro filhos – um com sua esposa atual, um com a primeira esposa e outros dois com uma parceira anterior – e diz que eles são de longe as pessoas mais importantes de sua vida. Quando não está com eles, está jogando golf, assistindo TV no sofá ou jogando basquete com seus amigos na sua cidade natal de Phoenix no Arizona.
“Levamos a sério, estamos lá mergulhando por bolas estúpidas e dando cotoveladas e coisas assim, é ótimo,” ele diz. “Apanho como todo mundo. Não acho que qualquer um pense que sou uma estrela de rock quando estão me batendo pelas costas.”
Ele também podia ter passado esse tempo considerando quão diferentes estão as coisas para sua banda depois do quarto álbum.
Depois dos massivos triunfos globais dos seus dois primeiros trabalhos, o disco de diamante – 10 milhões de cópias só nos EUA, caso você não saiba – de Hybrid Theory e as vendas multi-milionárias de Meteora, o Linkin Park não parecia ser a banda mais disposta a abandonar seu nu-metal altamente comercial para vagar por gravações eletrônicas, sintetizadores, política, conceitos e estruturas exploratórias nas músicas. Ou pelo menos não com sucesso.
Mas não foi esse o caso. Apesar de A Thousand Suns não ter vendido números como os dos dois primeiros álbuns da banda, ainda foi uma realização fantástica para eles. Talvez isso não seja mais evidente nas vendas de discos – as mudanças na indústria musical significam que vendas não são mais a definição de sucesso que foram – mas é evidente em outros lugares.
Há sinais óbvios – a vaga de atração principal em grandes festivais como o Download, por exemplo – mas outros também. No Facebook eles tem quase 30 milhões de ‘curti’ (para contexto, U2 tem nove milhões), enquanto seus uploads no canal do YouTube tem, no instante que isso foi escrito, um total de 560 milhões de visualizações (os uploads da maior estrela do pop mundial Michael Jackson tiveram apenas 108 milhões, ainda que em um período de tempo menor). Tudo aponta para uma popularidade extraordinária.
Deve ser o porque de Chester e o resto de sua banda estarem de tão bom humor que passam seu primeiro ensaio, ontem, brincando como “um bando de adolescentes malditos”.
“Normalmente, fazemos bobagens por uma hora,” diz Chester. “Nosso gerente de produção grita, ‘Já é uma da tarde! Por que vocês não começaram? Vocês sabem que estão pagando por isso, certo?’ Aí ficamos enrolando, enquanto Mike mexe no equipamento. Eventualmente, quatro de nós estamos prontos e ficando inquietos, então finalmente os outros dois ficam prontos… que é geralmente quando Dave diz, ‘Ok, hora da pausa!’.”
Em algum momento, eles até podem tocar alguma coisa. Mas até isso tende a virar brincadeira, especialmente quando eles chegam aos sucessos que tem tocado por anos – músicas sobre as quais Chester fala com um traço de tédio na voz.
“Ontem, quando chegamos às últimas cinco músicas – One Step Closer, In the End… as músicas que tocamos nossa carreira inteira – todos já estão sacaneando, tocando mal e sem levar nada a sério. É um dia típico de treino.”
Possivelmente uma razão para o Linkin Park brincar quando ensaia suas músicas antigas é que, já que A Thousand Suns abriu tantas possibilidades novas pra eles, voltar para os sucessos antigos parece restrito. Apesar de ainda orgulhosos e com razão do que essas músicas alcançaram, o Linkin Park está determinado a nunca cair na armadilha de ficar preso por elas outra vez.
“Quando se tem um primeiro disco como nós que foi tão imenso, você meio que sente que é isso que deve fazer [de novo],” diz Chester. “Então fizemos isso com Meteora. Mas então percebemos, ‘É isso que as pessoas acham que vamos fazer o tempo todo’. Isso é o oposto de liberdade e não é interessante para nós.”
Então, com o terceiro álbum Minutes to Midnight, começou o processo que levou a A Thousand Suns e à liberdade criativa que eles desejavam. Mas foi um passo ousado. Quando uma banda vendeu mais de 50 milhões de álbuns, é difícil abandonar aquela fórmula por algo bem mais desafiador.
“Se o McDonald’s parasse de fazer o Big Mac e mudasse para um sanduíche de presunto e macarrão, provavelmente não é uma ideia inteligente,” explica Chester. “Mas não somos uma empresa comercial; não temos uma receita. Isso é arte. Isso é criatividade. Então tiramos muitas coisas do menu que as pessoas gostavam e pensamos, ‘Se isso nos tirar dos negócios, nos tira dos negócios’. Não era uma decisão comercial sensata, mas fazer negócios é um efeito colateral de criar música, não o contrário.”
E com essa mudança, eles relaxaram. A impressão que o marketing constante dos dois primeiros álbuns criou – que o Linkin Park estava mais interessado em fazer dinheiro do que música – sumiu. Consequentemente, a proteção com a qual eles se defendiam das críticas também foi deixada de lado. Chester admite que, no começo, o Linkin Park “decidiu não falar com ninguém e controlar tudo”, o que, “funcionou pra nós, mas nos fez parecer difíceis de conversar”. Ele está satisfeito que agora as pessoas tem uma opinião diferente deles. O que causou essa mudança foi o A Thousand Suns.
“O resultado foi o que esperávamos,” diz Chester. “Perdemos alguns fãs e irritamos algumas pessoas, mas quase todos entenderam e gostaram. Isso é muito libertador. A Thousand Suns nos deu liberdade.”
“Quando se tem um primeiro disco como nós que foi tão imenso, você meio que sente que é isso que deve fazer [de novo],” diz Chester. “Então fizemos isso com Meteora. Mas então percebemos, ‘É isso que as pessoas acham que vamos fazer o tempo todo’. Isso é o oposto de liberdade e não é interessante para nós.”
Então, com o terceiro álbum Minutes to Midnight, começou o processo que levou a A Thousand Suns e à liberdade criativa que eles desejavam. Mas foi um passo ousado. Quando uma banda vendeu mais de 50 milhões de álbuns, é difícil abandonar aquela fórmula por algo bem mais desafiador.
“Se o McDonald’s parasse de fazer o Big Mac e mudasse para um sanduíche de presunto e macarrão, provavelmente não é uma ideia inteligente,” explica Chester. “Mas não somos uma empresa comercial; não temos uma receita. Isso é arte. Isso é criatividade. Então tiramos muitas coisas do menu que as pessoas gostavam e pensamos, ‘Se isso nos tirar dos negócios, nos tira dos negócios’. Não era uma decisão comercial sensata, mas fazer negócios é um efeito colateral de criar música, não o contrário.”
E com essa mudança, eles relaxaram. A impressão que o marketing constante dos dois primeiros álbuns criou – que o Linkin Park estava mais interessado em fazer dinheiro do que música – sumiu. Consequentemente, a proteção com a qual eles se defendiam das críticas também foi deixada de lado. Chester admite que, no começo, o Linkin Park “decidiu não falar com ninguém e controlar tudo”, o que, “funcionou pra nós, mas nos fez parecer difíceis de conversar”. Ele está satisfeito que agora as pessoas tem uma opinião diferente deles. O que causou essa mudança foi o A Thousand Suns.
“O resultado foi o que esperávamos,” diz Chester. “Perdemos alguns fãs e irritamos algumas pessoas, mas quase todos entenderam e gostaram. Isso é muito libertador. A Thousand Suns nos deu liberdade.”
O disco é muito visto como um álbum de Mike Shinoda: foi principalmente a sua visão e seu desejo de ir para novos territórios que levou a isso. E Chester admite que seu papel como autor em A Thousand Suns foi mais limitado do que nos dois primeiros álbuns da banda, apesar de ele destacar que foi um processo colaborativo. Entretanto, ele trazia músicas para a banda que as rejeitava – e que ele subsequentemente usou em seu projeto paralelo Dead by Sunrise.
“Eles diziam, ‘É legal’. Mas ninguém trabalhava nas minhas músicas. Elas simplesmente não se encaixavam. Eu tocava uma música como Let Down do Dead by Sunrise e Mike dizia, ‘É legal, mas não sei como isso vai funcionar no disco’.”
Isso pode parecer frieza. Mas não foi assim que Chester entendeu.
“Quer saber? Essa banda nunca foi minha mesmo; sempre foi a banda do Mike. Quando você trabalha com alguém que é gênio, você deixa que ele seja gênio. Minutes to Midnight e A Thousand Suns foram mesmo um esforço coletivo, mas não vou tirar nada de Mike – ele é o que faz essa banda ser o que é.”
Provavelmente é seguro assumir que o próximo álbum do Linkin Park também será guiado por Mike. É um trabalho que Chester diz que a banda já começou a fazer tentativas. Mas ele está relutante em divulgar muito.
“Estamos trabalhando num disco novo nos últimos dois meses que estivemos de folga,” ele diz. “A música é ótima e estamos além do que esperávamos. Queremos que seja diferente de A Thousand Suns. Não quero explicar como porque não quero colocar uma ideia na cabeça das pessoas. Não há muitos barulhos acontecendo, mas há muitas músicas boas. E provavelmente terá reações bem distintas, o que me agrada. Como artista, quero reações.”
Para dicas de qual deve ser a direção, porém, vale a pena reparar em o que o Linkin Park aprendeu em A Thousand Suns.
“Aprendemos como escrever músicas e letras sérias,” diz Chester. “Aprendemos a lidar com política, fé, e outras coisas. Essas são coisas que parecem pregação muito rápido, o que realmente não é o que queremos. Então você tem que aprender a como falar com as pessoas e não para elas. Eu acho que A Thousand Suns abriu um espaço totalmente novo pra nós entrarmos e isso me faz ficar ansioso pelo que faremos a seguir.”
Uma coisa que nem ele nem a banda esperam, entretanto, é alcançar as marcas de vendas de álbuns que conseguiram com os dois primeiros. Em parte porque eles estão operando em um território criativo diferente agora e parte porque a internet muito mudou a indústria musical nos últimos anos.
O Linkin Park, porém, sempre esteve a par disso e, questionavelmente, foram uma das maiores bandas de rock a ver o valor de uma presença online. Pela maneira que a internet tem feito mal às gravadoras atualmente, há uma ironia no fato de o Linkin Park ter percebido isso primeiro (sendo certo ou errado) quando sentiram que sua gravadora, Warner Bros, não estava os apoiando totalmente. Eles decidiram que se a música deles tivesse que ser um sucesso, então eles também deviam criar um suporte próprio: e a internet foi o lugar que escolheram para isso.
A presença deles lá, e os street teams que eles criaram pelo perfil na web, ajudaram não só a criar um relacionamento valioso entre a banda e o fã (e assim gerando sucesso comercial), também significa que, agora, eles estão provavelmente em uma posição em que não precisam de nenhuma gravadora – um estado que muitos observadores da indústria acreditam que seja o futuro.
“Não acho que as gravadoras ofereçam muito,” diz Chester, que acrescenta que o Linkin Park tem sim um contrato e que pretende cumpri-lo. “Mas acho que é hora de as gravadoras reavaliarem o que elas oferecem. O motivo de ainda fazemos sucesso em uma época em que as pessoas não compram disco é que temos um forte entendimento de como falar com nossos fãs. Isso é algo que nós mesmo fizemos“.
“As primeiras mil pessoas no nosso street team são a razão de termos chegado ao número um com Hybrid Theory. Esse pessoal ralou por nós por nada. Então gostamos de retribuir a eles por nada. E eu acho que esse será o futuro da música. Há um valor nas coisas que são dadas de graça. E depois disso, tudo se resume a banda poder tocar ao vivo. Se você pode fazer isso, então sua banda terá sucesso.”
Tudo aponta para um futuro bem diferente para o Linkin Park do que algumas pessoas teriam previsto alguns anos atrás.
“Eles diziam, ‘É legal’. Mas ninguém trabalhava nas minhas músicas. Elas simplesmente não se encaixavam. Eu tocava uma música como Let Down do Dead by Sunrise e Mike dizia, ‘É legal, mas não sei como isso vai funcionar no disco’.”
Isso pode parecer frieza. Mas não foi assim que Chester entendeu.
“Quer saber? Essa banda nunca foi minha mesmo; sempre foi a banda do Mike. Quando você trabalha com alguém que é gênio, você deixa que ele seja gênio. Minutes to Midnight e A Thousand Suns foram mesmo um esforço coletivo, mas não vou tirar nada de Mike – ele é o que faz essa banda ser o que é.”
Provavelmente é seguro assumir que o próximo álbum do Linkin Park também será guiado por Mike. É um trabalho que Chester diz que a banda já começou a fazer tentativas. Mas ele está relutante em divulgar muito.
“Estamos trabalhando num disco novo nos últimos dois meses que estivemos de folga,” ele diz. “A música é ótima e estamos além do que esperávamos. Queremos que seja diferente de A Thousand Suns. Não quero explicar como porque não quero colocar uma ideia na cabeça das pessoas. Não há muitos barulhos acontecendo, mas há muitas músicas boas. E provavelmente terá reações bem distintas, o que me agrada. Como artista, quero reações.”
Para dicas de qual deve ser a direção, porém, vale a pena reparar em o que o Linkin Park aprendeu em A Thousand Suns.
“Aprendemos como escrever músicas e letras sérias,” diz Chester. “Aprendemos a lidar com política, fé, e outras coisas. Essas são coisas que parecem pregação muito rápido, o que realmente não é o que queremos. Então você tem que aprender a como falar com as pessoas e não para elas. Eu acho que A Thousand Suns abriu um espaço totalmente novo pra nós entrarmos e isso me faz ficar ansioso pelo que faremos a seguir.”
Uma coisa que nem ele nem a banda esperam, entretanto, é alcançar as marcas de vendas de álbuns que conseguiram com os dois primeiros. Em parte porque eles estão operando em um território criativo diferente agora e parte porque a internet muito mudou a indústria musical nos últimos anos.
O Linkin Park, porém, sempre esteve a par disso e, questionavelmente, foram uma das maiores bandas de rock a ver o valor de uma presença online. Pela maneira que a internet tem feito mal às gravadoras atualmente, há uma ironia no fato de o Linkin Park ter percebido isso primeiro (sendo certo ou errado) quando sentiram que sua gravadora, Warner Bros, não estava os apoiando totalmente. Eles decidiram que se a música deles tivesse que ser um sucesso, então eles também deviam criar um suporte próprio: e a internet foi o lugar que escolheram para isso.
A presença deles lá, e os street teams que eles criaram pelo perfil na web, ajudaram não só a criar um relacionamento valioso entre a banda e o fã (e assim gerando sucesso comercial), também significa que, agora, eles estão provavelmente em uma posição em que não precisam de nenhuma gravadora – um estado que muitos observadores da indústria acreditam que seja o futuro.
“Não acho que as gravadoras ofereçam muito,” diz Chester, que acrescenta que o Linkin Park tem sim um contrato e que pretende cumpri-lo. “Mas acho que é hora de as gravadoras reavaliarem o que elas oferecem. O motivo de ainda fazemos sucesso em uma época em que as pessoas não compram disco é que temos um forte entendimento de como falar com nossos fãs. Isso é algo que nós mesmo fizemos“.
“As primeiras mil pessoas no nosso street team são a razão de termos chegado ao número um com Hybrid Theory. Esse pessoal ralou por nós por nada. Então gostamos de retribuir a eles por nada. E eu acho que esse será o futuro da música. Há um valor nas coisas que são dadas de graça. E depois disso, tudo se resume a banda poder tocar ao vivo. Se você pode fazer isso, então sua banda terá sucesso.”
Tudo aponta para um futuro bem diferente para o Linkin Park do que algumas pessoas teriam previsto alguns anos atrás.
É pensando assim que Chester tem que ir embora. Ele precisa ensaiar o set para as 60 mil pessoas que verão e ouvirão no Download. Mas enquanto ele vai, outra vez com um sorriso afável e um aperto de mão amigável, é tentador pensar o quanto essa banda mudou.
A mudança de nu-metal controlado dos seus dois primeiros álbuns, para a expansividade livre de formas do seu último trabalho talvez seja a mais óbvia. Mas há outras diferenças também. Para uma banda antes tão inquietamente comercial e protetora de sua música e suas posses, é extraordinário que agora seja sua política dar coisas e se concentrar na música que fazem, em vez de no dinheiro que ganham com ela.
Eles também mudaram. Agora não é tão raro ver um sorriso na área do Linkin Park, onde antes eles eram realmente escassos. Talvez seja porque eles sabem que A Thousand Suns deu a eles a liberdade de ir para onde quiserem. Talvez tenham se livrado de um peso.
“Podemos fazer a música que quisermos agora. Podemos enlouquecer,” diz Chester logo antes de sair. “Agora sabemos quem somos. Somos o Linkin Park – e não há nada como nós.”
Fonte : Linkin Park BR
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