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Serj Tankian: Vocalista fala de suas primeiras influências musicais e como começou a gostar de Iron Maiden

Não importa quão bem sucedidos os artistas se tornam, eles sempre se lembrarão de seu primeiro show – tenha ele sido desastroso, maravilhoso ou estranho. O Gotta Start Somewhere abraça esses momentos nostálgicos pedindo que artistas estabelecidos contem a história da primeira vez que estiveram num palco, assim como suas primeiras lembranças de outras primeiras vezes, desde o primeiro disco que compraram até o primeiro show que viram. Nesta edição, o A.V. Club fala com o frontman do System of a Down, Serj Tankian, sobre crescer como armênio e ver o Iron Maiden.

Primeiro show: 
Serj Tankian: Tecnicamente no primeiro show que fiz, toquei teclado com uma banda em que eu estava chamada Forever Young. Era uma banda alternativa armênia e fizemos nosso primeiro show em Hollywood no Armenian Center. Eu tinha vinte e poucos anos.

Você lembra como conseguiram o show? 
ST: Alguns de nós fazíamos parte de uma organização chamada Armenian Youth Federation e então havia um evento social e dissemos: “Ei, podemos tocar?”. Não lembro exatamente como aconteceu, para ser sincero, só estou inventando isso. Bom, não estou inventando, mas acho que foi como aconteceu porque foi há 25 anos. [Risos]

Lembra que tipo de músicas vocês tocaram? 
ST: A maioria era material original, eu diria.

Você lembra alguma coisa mais sobre o show, como se tinha um bom público ou se as pessoas estavam curtindo? 
ST: Não me lembro de nada. Sinceramente não lembro muita coisa sobre aquilo tudo. A próxima vez que toquei foi com uma banda chamada Soil, em que eu era, pela primeira vez, o vocalista principal, foi o precursor do System of a Down e fizemos apenas um show. Foi num clube de blues em Los Angeles. [Risos] Lembro-me de tocar metal progressivo e só lembro que eles tinham comida soul (afro-americana) muito boa, e isso era o importante daquele show. Então na próxima vez que toquei ao vivo foi como o vocalista do System of a Down, eu acho. O primeiro show que fizemos foi no Roxy em 1995. Lembro um pouco mais desse do que dos outros.

Primeiro show do System of a Down. Provavelmente foi algo grande. 
ST: Sim, foi bem importante. Deus, nós estávamos abrindo para uma outra banda de fora da cidade, uma banda industrial chamada... não sei a porra do nome...

Eles totalmente lembram de vocês, provavelmente. 
ST: [Risos] Não consigo lembrar, mas foi nosso primeiro show e foi num clube, lembro que Shavo [Odadjian] fez alguns telefonemas para um promoter e ele queria que vendêssemos alguns ingressos. Acho que deveríamos vender 60 ingressos ou algo assim. Era pagar para tocar em Hollywood na época, ainda é. E acho que vendemos 75 ingressos, então vendemos a mais no nosso primeiro show. Isso foi legal.

O público deve ter apoiado bastante, porque vocês venderam todos aqueles ingressos para todas as suas famílias e amigos.
ST: É, principalmente amigos. Mas ao mesmo tempo, também tinha tipo um armazém que eu alugava, onde a banda ensaiava e então amigos apareciam, fazíamos shows nos fins de semana e os amigos vinham e bebiam e ouviam nosso som, então nós tínhamos nosso lugarzinho em North Hollywood, em L.A. Então acho que nossos fãs começaram pelos nossos amigos e daí os levamos para os clubes e que então cresceu para a base de fãs que é hoje.

Primeiro show solo.
ST: Lembro de me sentir muito confortável, surpreendentemente confortável, ao subir no palco com os caras do FCC e tocar meu primeiro disco solo [The Flying Cunts of Chaos é a banda de apoio de Tankian]. E eu pensei: “Uau, pensei que ficaria um pouco mais nervoso que isso, já que é meu primeiro show fora do System of a Down. Mas me sinto muito confortável”. De certo modo, posso ter me sentido até mais à vontade, já que foi meu próprio show e não tenho que me preocupar com nada mais e tal. Foi revigorante, definitivamente.

Primeiro grande momento. Você lembra do show em que pensou: “Há muitas pessoas em nosso show. Isso vai funcionar”.
ST: Ainda me sinto desse jeito todas as vezes que tocamos, na verdade. Tipo: “Uau, essas pessoas estão aqui para nos ver e estão realmente empolgadas e uau, elas realmente gostam dessa mistura de metal e punk”, e eu ainda acho isso interessante.

Primeira música aprendida.
ST: Acho que a primeira música que aprendi no violão foi uma do Alice in Chains.

Você sabe qual? 
ST: Não, não sei. Porque não lembro.

Primeiro show.
ST: 1984, Iron Maiden, no Irvine [Meadows] Amphitheater, que agora é o Verizon [Wireless] Amphitheater em Orange County, California. Fui com uma namorada na época. Ela que me levou, na verdade. Ela era fã do Iron Maiden. Achei que era uma das coisas mais loucas que já tinha visto [Risos]. Eu falava: “Isso é loucura! O que é isso? Todos se escondam!”. Na época eu não era nada fã de metal, na verdade. Eu pensava: “Uau, essa música é realmente barulhenta, não entendo”. Para ser completamente sincero, eu não era apaixonado por eles. E agora sou um grande fã de Iron Maiden, conheço Bruce Dickinson e vejo os caras em turnê e tal. Mas os tempos mudam, é interessante. Mas na época, não era fã de metal ou mesmo de rock, para ser sincero.

O que você curtia?
ST: Curtia tipos diferentes de música, mas não ia a shows. Acho que com o tempo, a exposição ao rock e metal obviamente me fez mudar de ideia. E é engraçado, anos atrás vi essa ex-namorada. Ela foi minha primeira namorada, tipo, meu amor de colegial e tal. Anos atrás, eu a vi e ela disse: “Você se lembra do Iron Maiden?” e eu: “Cala a boca” [Risos]. Ela: “Você não gostava na época e agora todo mundo sabe que você é cantor de metal – que engraçado”. Eu disse: “A vida é engraçada, sabe, é verdade”. É a vida.

Primeira banda preferida. 
ST: Estou tentando pensar no que eu curtia em 1984. Gostava de música alternativa na época, de Seattle, gostava de New Order e Depeche Mode e algumas das bandas dos anos 80. Um pouco de new wave, um pouco de gótico. Na época eu curtia mais isso. Música armênia, eu definitivamente adorava música armênia.

Qual a influência da música armênia no que você faz hoje?
ST: Eu sou armênio, mas nasci em Beirute. Cresci em Los Angeles; nós nos mudamos quando eu tinha 7 anos, então cresci aqui. Mas na época,é, quando era mais novo eu ouvia muita música armênia. Ouvia música francesa, grega, árabe. Sabe, tinha muitas influências diferentes quando era pequeno, e nos anos 70, obviamente, escutávamos ABBA e Bee Gees. E muita soul music, Stevie Wonder, Rick James. Todo tipo de coisa. Michael Jackson.

Só neste ano você está lançando quatro álbuns totalmente diferentes: um disco de jazz, um eletrônico, uma sinfonia clássica e um de rock. Você acha que ter gostado de coisas diferentes quando mais novo te tornou capaz de fazer isso?
ST: Sim, eu nunca curti só um tipo de música. Na verdade, passei os meus 20 anos farreando com tipos diferentes de música, ingerindo e eliminando, eu diria. A cada dois meses eu pegava um tipo específico de música. Tipo, por dois ou três meses eu ouvia death metal. Por dois ou três meses ouvia hip hop. Por dois, três meses ouvia world music. Dois, três meses ouvia experimental. Tudo de bom daquele gênero eu comprava e devorava. Então esse foi um tipo de educação musical interessante para mim, e sabe, eu ainda ouço a todo tipo de música. Minhas influências são várias, como você pode ver na minha música, e gosto de fazer tipos diferentes de música. Acho que não existe isso de um gênero. Penso que é algo que criamos só para defini-lo. Você muda os instrumentos e arranjos, e tem um gênero diferente. Poderia ser a mesma influência, você poderia escrever e produzir a mesma música em 20 formatos diferentes. Chamam de coisas diferentes. É a mesma inspiração; é a mesma música para mim.

Primeira aula de música.
ST: Eu nunca tive nenhum treinamento clássico em música. Comecei a fazer música na faculdade. Comecei a tocar um pouco de teclado Casio. Esse foi meu primeiro instrumento – com o mini teclado, sabe, não o teclado de tamanho normal. Então enquanto ia para a faculdade, eu tinha o teclado. Era uma coisa legal e meditativa para se fazer tarde da noite, para tirar minha mente dos estudos e isso tornou-se uma carreira profissional. É engraçado. Não foi até meus 20 e poucos anos que percebi de verdade que aquilo era minha vocação e minha visão. Uma vez que percebi, dediquei tudo a esse caminho.

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