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System Of A Down: Entrevista com John Dolmayan

As coisas no campo do System of a Down tem sido relativamente calmas nos últimos seis anos com a banda entrando num hiatus necessário. Naquele tempo o vocalista Serj Tankian e seus companheiros de banda Daron Malakian e John Dolmayan trabalharam em vários projetos paralelos, incluindo o solo de Serj e o Scars On Broadway, respectivamente. Em 2011, entretanto, eles voltaram à responsabilidade do System of a Down para uma série de shows, mas ainda não há nada de música nova. Este ano viu o SOAD tocar em festivais e shows com o Deftones abrindo neste verão. O baterista John Dolmayan conversou com PureGrainAudio.com sobre os shows e os planos futuros da banda.

Vocês acabaram de toar em Montreal e Toronto; entretanto, a banda não lança um álbum há sete anos. O que os trouxe à estrada este ano? 
Dolmayan: Bom, essa é uma boa pergunta. Acho que é porque nós queríamos fazer turnê. Essa seria a única razão. Não temos um álbum pelo qual fazer shows. Não fazíamos turnê na costa lesta do Canadá há 6 ou 7 anos, então pensamos em levar nossos traseiros lá de novo. 

Isso é um aquecimento para pôr a banda em forma antes de entrar no estúdio para fazer um novo álbum ou vocês estão fazendo um DVD ao vivo ou é apenas pela diversão? 
Boa pergunta. Acho que todas as três perguntas são parcialmente verdades. Não temos um DVD aprovado da banda e é algo sobre o qual tem sido falado. É uma coisa sobre a qual estamos refletindo por alguns anos. Tendemos a não fazer as coisas só por fazer. Fazemos quando elas podem ser realizadas de um modo apropriado. Somos detalhistas assim. Quanto a aquecimento para um álbum... uma das melhores coisas que você pode fazer é estar na estrada e tocar o material antes de gravá-lo. Infelizmente, no clima presente é muito difícil fazer isso e ainda lançar um álbum que todo mundo ainda não tenha. Na hora e, que você lançar um, te enviarão uma gravação do seu álbum. Sabe o que quero dizer?

Certo, enviarão a vocês dez links do Youtube de suas músicas novas. 
Exatamente. E então você simplesmente pode chamá-lo de um álbum do System of a Down e lançá-lo. 

Vocês ainda estão interessados nesse clima de fazer um novo álbum ou já chegaram num ponto em que EPs e singles são o caminho a se seguir? Será mesmo que álbuns são válidos em 2012? 
Não tenho certeza se são válidos. São válidos se você faz um bom álbum... uma das coisas que deixou a indústria da música de joelhos foi que as pessoas pararam de fazer grandes álbuns e começaram a fazer músicas para vender (cercando-se de um monte de merda)... Você é fã de música e vai a uma loja (todo mundo tem seu orçamento) e gasta seus 12 dólares num CD novo que tem uma música que você gosta. Você se sente manipulado e roubado. Não sei se eu necessariamente culpo as pessoas pelo que fazem... Culpo mais as gravadoras. Na minha opinião, se elas fizessem num formato de 5 dólares... Quanto você precisa ganhar? Faça um formato de 5 dólares... Faça os CDs baratos e as pessoas continuarão a colecioná-los.

Especialmente nestes dias com os downloads digitais. Nos velhos tempos, parte do custo era fabricação, transporte, envio (para levar o produto às lojas)... 
Eles deveriam ter feito isso em 98. Teriam abocanhado o lance do Napster nos primórdios. Não valeria a pena... por 5 dólares... Um hambúrguer por 5 dólares, posso me arriscar num álbum. Desfrutarei do álbum por horas e horas se for decente... 

E se for realmente bom, como um disco do KISS ou Rolling Stones – você tem trinta ou quarenta anos para desfrutar
Exatamente. Então você o apresenta a outros amigos e eles arriscam. A filosofia de qualquer empresa ou de líder/CEO de empresa é: “Tenho que tirar o máximo de lucro do meu mandato. Tenho que ganhar um grande bônus e ir viver numa ilha”. Nenhuma dessas pessoas pensam a longo prazo nem no que é melhor para a empresa nos próximos vinte anos. Eles pensam: “O que é melhor para mim nos próximos dez anos”. É por isso que você vê negócios (como a Tower Records) que estavam aí por 40 ou 50 anos desaparecerem.

Quase da noite para o dia... 
Bom, não foi da noite para o dia, mas era uma desgraça iminente. Não foi nenhum choque que aquilo ia acontecer, mas como poderia ser? Agora, se tem tantos modos diferentes de conseguir música... esqueça os modos grátis. Se você vai arriscar num disco, você vai no iTunes. Escuta a 30 segundos das músicas (ou seja lá o que eles oferecerem) e compra as músicas que gosta. De alguma forma, é bom porque força as pessoas a fazerem músicas melhores. Você não pode enganar o público se eles ouvirem e for uma porcaria. 

A banda e seu vocalista sempre apoiaram várias causas. Se vocês fizerem um álbum novo, insistiriam que ele tivesse um preço razoável? Vocês pressionariam a esse ponto?
Bom, quando você está numa parceria com uma gravadora, não está em posição de “insistir” em nada. Eles investem muito dinheiro a fim de lançar seu álbum e torná-lo conhecido e tal. Então eu não insistiria, mas sempre pedimos que nossos discos tenham um preço razoável e quase todo disco que lançamos custou menos de 10 dólares (eu acho), mas também temos em mente que o álbum requer uma certa produção manual, o que não acontece com as músicas e temos um bocado de coisas que preenchem ao redor. Então sentimos que o público faz valer o seu dinheiro com o que lançamos. Em média, gravamos 40 músicas e vocês ouvem 13 ou 14. Diferentes bandas fazem as coisas de modo diferente e para nós, é assim que fazemos. Todos se beneficiam disso; desde a gravadora até o consumidor, até os fãs pirateando... Seja o que for, todos se beneficiam do trabalho que investimos nisso. O maior benefício somos nós porque temos esse senso de orgulho no final das contas. 

O Scars On Broadway está em silêncio por alguns anos. Vocês vão pôr a banda em movimento novamente em breve? 
Essa é uma pergunta justa, mas não estou mais envolvido com o Scars On Broadway, mas Daron (Malakian) está e está no processo de produção, gravação e lançamento de um álbum (no momento em que falamos, na verdade). Então você definitivamente vai ouvir algo do Scars On Broadway dentro dos próximos quatro ou cinco meses. 

Que legal! E é um bom álbum, a propósito. Vamos voltar à atual turnê do System of a Down. Houve shows nos festivais Heavy MTL e Heavy TO e outras datas de turnê com o Deftones. É diferente para vocês tocarem em festivais, sabendo que os fãs estão lá desde o meio-dia e até a hora em que vocês tocarem eles estarão no sol por nove horas? Vocês têm um preparo diferente? Vocês fazem algo diferente para os fãs? 
Não fazemos nada diferente. Eles deveriam pensar em fazer algo diferente, como se hidratar, pegar leve, tentar não ser expulso antes de subirmos no palco... São coisas que eles poderiam tentar fazer para se beneficiarem da atmosfera do festival. Você pode se divertir bastante num festival, mas tem que ir sabendo que “ficarei lá o dia inteiro. Não vou enlouquecer e ser expulso às duas horas da tarde ou ser preso. Estou aqui para me divertir”. A equipe está lá para se certificar de que você vai se divertir. As bandas também. A polícia está lá para manter você seguro para se divertir. Todos estão do seu lado quando você a esses locais. Você tem que ser um completo imbecil para criar problemas e ser expulso. A equipe, a segurança e a polícia sabem que “não estamos lá para ser o irmão mais velho”, mas para facilitar a diversão do público que está lá. Então você tem que ser um babaca total para que seja expulso. Eu fui a festivais e shows a minha vida inteira e nunca fui expulso de nenhum que seja. Um de meus melhores amigos, por outro lado, foi expulso de quase todos. Ele costumava ser expulso dos shows do System. Um de seus melhores amigos está no palco tocando bateria e ele é expulso de quase todos os shows antes de entrarmos no palco. Acho que levou três anos até ele de fato ver um de nossos shows. Levou um tempo.

Você o trouxe para Montreal? 
Absolutamente NÃO! 

Eu não poderia arcar com a fiança. quando foi a última vez que você tocou em Montreal? 
Acho que foi em 2006 ou mesmo antes. Creio que a última vez não foi durante o disco Toxicity. Isso foi há muito tempo. Acho que a última vez que tocamos aqui deve ter sido 2002 ou 2003. 

A não ser que eu esteja errado, acho que vocês deixaram de fora Toronto e Montreal por uma década. 
Não é verdade porque lembro que durante Mezmerize/Hypnotize nós definitivamente tocamos em Montreal e Toronto. Lembro porque havia um lance de hockey e o Daron estava pirando. 

Fora do System e já que você não está mais envolvido com o Scars, há algo que os fãs podem aguardar?
Definitivamente podem. Estou fazendo coisas fora da música... 

Como por exemplo..
Principalmente composições criativas – contos (esse tipo de coisa). Parece que uma ou duas das ideias serão escolhidas e publicadas como quadrinhos. 

Mesmo? Você esteve no recente San Diego Comic Con? 
Vou todos os anos. Tenho uma presença bem grande lá – eu compro e vendo quadrinhos. Sou um grande nerd. Ando por lá. Vejo as pessoas em suas fantasias e você nunca irá num lugar onde as pessoas sejam mais amigáveis do que numa convenção de quadrinhos. 

Que tipo de história em quadrinhos você espera publicar? 
Super heróis... As que estou escrevendo tem umas ideias diferentes. Uma é de zumbi porque adoro coisas de zumbi. Sou um grande fã de The Walking Dead. Isso na verdade me influenciou a escrever o conto que escrevi. Não é o mesmo que The Walking Dead, mas há certos elementos que lembram. Todo apocalipse de zumbis são baseados nas mesmas ideias... zumbis e apocalipse. O que você faz com a história a partir daí é você quem decide, mas acho que as pessoas gostarão da reviravolta que coloquei ali. Tentei fazê-la um pouco diferente. 

Há um título? 
Ah, na verdade não. Sou horrível com títulos. 

Vai ser lançado até o final de 2013? 
Há uma possibilidade de você o veja nas lojas antes de dezembro, mas é mais provável que seja lançado pela DC Comics. Não assinamos o contrato ainda, então não posso falar muito sobre isso.

Fonte: Site of a Down

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