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Linkin Park: Entrevista para O Globo

Os fãs brasileiros do Linkin Park precisam agradecer ao futebol de Neymar e companhia pela turnê alcançada em outubro. O baixista Dave Farrell anunciou nas redes sociais que o número de shows para promover o lançamento do quinto disco, "Living things", no Brasil dependeria da quantidade de gols feitos pela seleção canarinho no amistoso contra os Estados Unidos. A partida, que aconteceu no dia 30 de maio, terminou com nossa vitória por 4x1. E a banda americana - que já veio ao Brasil duas vezes (2005 e 2010) mas nunca se apresentou fora de São Paulo - faz shows na capital paulista (dia 7), no Rio de Janeiro (dia 8, no Citibank Hall), Curitiba (dia 10) e Porto Alegre (dia 11). Veja acima o clipe 'Burn it Down'.

- Isso é verdade. Serão quatro shows por causa dos quatro gols do Brasil no jogo. Somos apaixonados por futebol. É incrível como o esporte não para de se popularizar. E, ainda assim, o Brasil continua sendo o melhor time do mundo - diz Chester Bennington, principal voz da banda, em entrevista ao GLOBO por telefone. - Nesta turnê vamos a muitos lugares a que não conseguimos ir antes, como o Rio. Às vezes não faz sentido financeira e logisticamente fazer shows em todos os lugares onde queremos ir.

O novo álbum foi feito pensando nos admiradores que descobriram a banda ainda no início dos anos 2000, quando o clipe de "Crawling", do bem-sucedido disco de estreia "Hybrid Theory" (2000), passava repetidamente na MTV e o YouTube nem sonhava existir. A ideia é reconquistar os fãs que se perderam no meio do caminho por causa do disco anterior, "A thousand suns" (2010), que causou estranhamento pela sonoridade pop e pelas letras de cunho exclusivamente político.

- “Living things” é uma viagem ao passado que nos fez chegar onde estamos. Os fãs que nos acompanham desde o início pediram a volta da essência da banda. É um dilema lançar novos discos. Se você segue a linha daquele que fez sucesso, as pessoas dizem que é mais do mesmo e borbardeiam. Mas se você tenta inovar e seguir outros caminhos, é criticado porque mudou o estilo. Sabíamos que seria arriscado lançar um álbum tão diferente do que já tínhamos feito, mas foi o resultado do nosso momento naquela época - diz.

Bennington confirma a preocupação em agradar antigos seguidores, trazendo elementos que consagraram a banda, como sintetizador em destaque, a batida acelerada e a sua voz a todo vapor. Mas ele garante que o grupo, que ainda conta com o baterista Rob Bourdon, o guitarrista Brad Delson, Joe Hahn no sampler e o multi-instrumentista Mike Shinoda, buscou um resultado que os satisfizesse acima de tudo.

- Chegamos a um ponto em que fazem o que queremos. Misturamos punk rock com rap e hip-hop com metal, como os fãs e a gravadora queriam, mas sem deixar de lado a nossa vontade. O álbum está exatamente do nosso jeito - comenta o cantor, explicando como assuntos polêmicos, românticos e de cunho político se misturam nas letras. - Não passamos a ignorar a política. Quando falo de coração partido ou insegurança, não é necessariamente sobre desamor. Posso estar falando da tristeza que sinto ao ler o noticiário político ou da eminência de uma guerra nuclear, por exemplo. A interpretação depende de como as pessoas se identificam com aquilo. Estou numa fase de buscar sentido para as coisas. E acho que muita gente passa por isso.

Se o novo disco é uma volta ao passado, isso vai se refletir na turnê. Hits dos primeiros álbuns estão garantidos no repertório das apresentações, que devem durar quase duas horas, segundo o líder da banda.

- Existem algumas músicas que a gente não pode deixar de tocar. Dificilmente alguém vai sair de um show nosso sem ouvir “In the end”, “Numb”, “Crawling” e “Faint”, por exemplo. E a gente fica satisfeito de ver o público feliz. É claro que existem aquelas que a gente já não gosta tanto de tocar, como “Runaway”, mas os fãs amam. Não entendo o motivo, porque eu acho essa música ruim hoje em dia - confessa, às gargalhadas.

Eles são rockstars, com mais de 50 milhões de discos vendidos, shows lotados pelo mundo e uma legião de fãs. Mas o Linkin Park é um grupo que dribla a indústria da fofoca e anula do currículo os escândalos.

- Já fiz todos os clichês estúpidos de um rockstar, como me acabar de beber, usar drogas e sair com várias mulheres. Mas não queremos basear nossa carreira em escândalos. Quando você mora em Los Angeles, como eu, sabe exatamente aonde ir para atrair paparazzi, e a gente evita esses lugares.

Além de se esforçar para reunir fãs pelo mundo pela música, os meninos do Linkin Park querem servir de exemplo de boa conduta.

- Meu jeito agressivo de cantar faz com que algumas pessoas achem que eu sou assim fora do palco também. Sou casado, fiel à minha mulher e busco focar em coisas que tenham utilidade, como minha carreira e criar meus seis filhos. Além disso, temos muitos fãs crianças e adolescentes. O exemplo que queremos passar é o melhor possível. Nós somos bons garotos - finaliza Bennington.

Fonte: O Globo

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