A princípio não o álbum mais famoso, mas com certeza o mais impactante. Após o mega sucesso do álbum anterior ("The Real Thing", graças às chicletes "Epic" e "Falling To Pieces"), que vendeu 4 milhões de cópias pelo mundo, a banda se viu numa situação bem complicada: ter que superar a imagem de banda comercial. Ao vocalista Mike Patton, que tinha sido elevado ao status de símbolo sexual, a coisa se tornou mais pessoal ainda. Um longa parada pela banda, seguida de alguns meses de sessions e estúdio, imergindo em processos bem menos usuais (insônia de cafeína, lugares sujos) provocaram um mudança drástica poucas vezes vistas em uma banda.
O visual mais colorido, deu lugar a um visual mais sóbrio. Os teclados outrora "felizes" viajaram entre soturno e marchas fúnebres. O vocal nasalado e constante se transformou em raps, scats, gritos insanos, escarradas, choros e todo o tipo de histeria de alguém com problemas mentais (rs). A sonoridade em si agregou uma bagagem que iria de Frank Zappa à Beastie Boys, passando pelo sinfônico, groove, alternativo, metal e experimental. "Angel Dust" acabou sendo um fracasso comercial nos EUA e a mídia, até então, não sabia onde categorizar aquela sonoridade (que acabou vindo depois). A quebra com os padrões anteriores e o luto por uma banda e renascimento de outra.
É também o álbum deles que mais vende até hoje devido ao seu status "cult" e não duvido nada que já tenha ultrapassado o próprio "Real Thing". O legado que esse álbum deixou, todo mundo viu: a geração seguinte, do chamado New Metal de Korn, Deftones, Coal Chamber, Incubus, tendo esse álbum como base do seu som. Inúmeras outras bandas, do Hardcore ao Metal (The Dillinger Escape Plan, Machine Head, Apocalyptica) também pegaram suas influências. O que mais dizer? Acho uma das capas mais lindas que já vi. Pra mim, é o "Dark Side of The Moon" dos anos 90. Enfim, ouçam, pois é uma experiência bem viajante.
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