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Serj Tankian fala sobre Occupy, músicas de protesto e política

O excelente álbum solo de Serj Tankian, Harakiri, chega em julho o site A.D.D. recebeu uma cópia adiantada e é um trabalho inflamável, apaixonado e maduro com riffs de rock gritantes – e ele está trabalhando em mais três projetos, incluindo um álbum jazz, um projeto eletrônico que escreveu com Jimmy Urine do Mindless Self Indulgence e uma sinfonia clássica completa intitulada Orca. Além do mais, o System of a Down se reuniu e está em turnê pelos EUA neste verão. Além de tudo isso, o livro de poesia Glaring Through Oblivion e o musical rock Prometheus Bound, que ele criou com o dramaturgo Steven Sater (Spring Awakening) e estreou no ART em Boston com a diretora Diane Paulus.


O homem parece que nunca descansa, e 2012 planeja ser um ano bem dinâmico para ele, não apenas em termos de música mas na esfera da política e de músicas de protesto. As duas estão intimamente relacionadas no mundo de Serj, então o A.D.D. recentemente perguntou-o o que ele pensava sobre política e música de protesto.


A recente música de Bruce Springsteen, “We take care of our own”, gerou rumores dadas suas implicações sobre os Estados Unidos. Já que agora estamos no que promete ser um tumultuoso ano eleitoral, você acha que isso levará a uma nova onda de música de consciência social em 2012? Você acha que a música de protesto ressurgirá?
Devido ao movimento Occupy e às injustiças que levaram a ele, já existem mais músicas de protesto e artistas tocando-as do que em anos anteriores, apesar de provavelmente ser menos do que nos dias de desprezo da era de Bush Jr. O ano de 2012 acrescentará a isso? Talvez. Tudo o que você tem que fazer olhar para todos aqueles que estão concorrendo aos cargos mais altos no país e você começará a perceber em que tipo de país você vive. Nós vivemos numa democracia principalmente deseducada, se não definitivamente sub-educada. Em sociedades mais desenvolvidas e evoluídas, a moral compartilhada e os ensinamentos fariam você ao menos confiar de certa forma no resultado das eleições dentro de seu país, apesar de seu voto. Na nossa não. Penso que a música de protesto voltou ao ponto de partida e agora está cantando sua própria melodia. Os anos 60 nos acordou para as injustiças da guerra, igualdade racial e direitos das mulheres... e agora nós finalmente acordamos para a realidade das desigualdades sociais ligadas a dinheiro na política. Vamos ver que novas músicas virão desse despertar.


Parece que muitos artistas de gravadoras maiores estão com medo de se envolverem demais com política. Você acha que eles se preocupam em irritar suas gravadoras ou seus fãs? Ou você acha que há outras preocupações?
Como artista, se você quer se certificar do que tudo o que você diga ou faça politicamente não levará a nenhuma reação adversa por parte de sua gravadora, ponha uma cláusula política no seu contrato. Sempre haverá discrepâncias nos objetivos e desejos do artista e os motivos de lucros unilaterais das gravadoras. Os objetivos reconciliam-se quando se tenta vender um disco. De qualquer outra forma, uma gravadora moderna é menos provável de ser terreno fértil e de apoio para criatividade artística, liberdade de expressão ou de forçar os limites de idealismo igualitário – ou qualquer outra coisa com o que um artista possa sonhar.


Qual impacto você acha que a música popular tem durante um ano eleitoral como este?
Acho que a música geralmente reflete o humor do público no tempo em que ela é apresentada. É esse humor e a busca perpétua do artista pela verdade que pode combinar para criar ótimas melodias de consciência social. Anos eleitorais tendem a dramatizar os dois lados da mesma moeda na América. Acho que o que estou tentando dizer é que por mais que pensemos e queiramos que a música faça diferença, e em certo grau ela faz ao inspirar mudança, é principalmente uma reflexão para uma mudança que já vem nos corações e mentes daqueles que estão escutando, prontos para agir.


Qual sua música de protesto preferida e por quê?
Essa é uma pergunta difícil já que existem tantas músicas que abordam coisas de diferentes direções. Algumas tratam de desigualdade social ou econômica, outras de injustiça política. Eu sempre fui fã de falar diretamente ao poder, especialmente para aqueles que começam guerras. Então teria que ser “Master of War”, do Bob Dylan.


Que futuro você vê para o movimento Occupy?
O movimento Occupy é o maior movimento de nossos tempos (os anos 2000). Quando era mais novo, que queria viver nos anos 60 porque gostava da ideia de lutar por mudança positiva. Este é o momento mais próximo àqueles tempos que já senti. Está aqui para ficar e para anunciar sua candidatura a todos aqueles nos representanto em nossa democracia representativa. Gosto do fato de estar focando no roubo de nossos votos da Suprema Corte ao personificar corporações. O dinheiro na política e o crescimento auto-sustentável do complexo industrial militar criaram o desejo pelo abuso econômico e ambiental sobre nossos cidadãos, assim como sobre o planeta como um todo.


Fonte: Site of a Down

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