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Primeira entrevista do SOAD após o retorno (John e Shavo)



Hoje, Shavo Odadjian e John Dolmayan, baixista e baterista do System of a Down, deram a primeira entrevista da banda após o anúncio do retorno para o programa Kevin & Bean Show, da rádio americana KROQ. Leia abaixo a transcrição da entrevista.

Host: Eles estão de volta! Senhoras e senhores, System of a Down com várias datas de turnê, especialmente na costa oeste. Não poderíamos estar mais contentes em receber John, o baterista da banda e Shavo, que está acabando de entrar no estúdio. Então temos dose dupla do System aqui no show Kevin & Bean. 
John: Oi!
Shavo: Oi! Por que vocês estão batendo palmas?

Host: Estamos aplaudindo você, cara. 
Shavo: Eu acabei de chegar.
John: Cadê meu Burger King?
Shavo: Que Burger King, cara?

Host: Vamos ligar todos os microfones, por favor. Nós teremos Burger King logo depois da entrevista, você vai ter que aguardar. 
John: Sabe de uma coisa? Você tem que sofrer às vezes.

Host: Shavo, está tudo bem? Você consegue me ouvir? 
Shavo: Eu consigo te ouvir.

Host: Por favor, pare de falar com a luz e olhe para cá. 
Shavo: Oh... Minha cadeira estava... Eu estava tipo... o quê?
John: É ele.

Host: Na câmera.
Oi, pessoal. Esse não é o estúdio profissional descolado que eu esperava, mas sejam bem-vindos System of a Down ao Kevin & Bean show. É um prazer ver vocês. Agora, faz um bom tempo, faz muito tempo... Como vão as coisas? 

John: Faz quando tempo? Cinco anos.

Host: Cinco anos? 
Shavo: Já faz cinco anos, é?
John: Cinco anos.

Host: Cinco anos. Vocês têm que nos atualizar, quer dizer, eu estava falando disso alguns minutos atrás antes de vocês chegarem. Eu estava dizendo que há algumas bandas que são essenciais para nós, que nós amamos e é algo muito importante para nós quando um disco é lançado. E quando bandas como a sua, bandas como Rage Agains the Machine, por exemplo, vão embora fica um buraco enorme nos nossos corações, cara. Não conseguimos continuar, é difícil para nós. 
Shavo: Não diga essas coisas, porque há um buraco enorme no meu coração também quando saímos de cena.
John: Não tem uma música chamada “Hole in my heart”?

Host: Acho que sim. Então nos relembre cinco anos atrás. A última vez que vocês estiveram juntos gravando, vocês tiveram dois álbuns número um, era um de seus melhores anos e daí, de repente, vocês desaparecem do nada. O que aconteceu? 
Shavo: Eh... ok...
John: Boa explicação.
Shavo: Não, eu só quero te dar a explicação certa, porque muitas pessoas vieram com suas próprias interpretações do que aconteceu com a gente e, sabe, o que aconteceu conosco foi que... cara, somos uma banda desde 1993, 1994, sabe, e chegou num nível que... levou quatro, cinco anos pra assinarmos contrato, depois do contrato assinado nosso álbum saiu em 1998 e daí em 2001 Chop Suey! foi lançada e vocês ajudaram-nos a explodir no show do Best Buy, eu lembro disso. Então nós crescemos juntos e nos tornamos, sabe... Todo mundo diz que casais... não quero dizer casais, mas irmãos, sabe? E às vezes você tem que dar um passo para trás...
John: Irmãos casados.
Shavo: ... para poder irmos adiante. E, quer dizer, eu amo cada membro desta banda (esse é o Shavo falando, a propósito) e tenho certeza de que todos concordam que é só que todos tínhamos certas coisas que queríamos fazer musicalmente, porque estivemos juntos por tanto tempo que acabamos estigmatizados com o rótulo de que se você não está tocando System – e ainda estamos – então não está bom. E isso não é legal, porque nós todos adoramos a arte, somos artistas, somos músicos, sabe, eu pinto, Serj tem um bocado de coisa que ele está fazendo, livros, Daron escreve música como se estivesse mudando de roupa, ele é um gênio ao fazer música, John tem as coisas dele, eu tenho meu lance com o RZA, fiz um site, casei...

Host: Entendi. Sei que vocês têm a vida pessoal e outros interesses artísticos, mas eu acho que a surpresa é que, quando você tem algo tão incrível como o System of a Down, algo que vocês claramente amam tanto, como vocês conseguem ficar longe disso por tanto tempo, isso é o que surpreende as pessoas. É, deem um tempo, vão fazer outras coisas, voltem em um ano, dois anos talvez. Mas quando chega a cinco anos, é aí que as pessoas se admiram... 
John: Se você tem longevidade de verdade, você tem que dar esse tipo de tempo, de vez em quando. Bandas que dão um tempo por um ou dois anos, às vezes isso não é nem mesmo “um tempo” porque digamos que por exemplo você queira fazer alguma outra coisa artisticamente e você sai e faz um álbum, sabe? Como quando fizemos com o Scars. Isso leva dois anos. Daí você sai em turnê, isso leva mais um ano. Então, cadê o seu “tempo”? Às vezes eu dou um tempo e fico um ano inteiro sem tocar na minha bateria e eu tenho tocado bateria por 22 anos. Eu precisava de um descanso da minha bateria.

Host: Uau, isso é incomum para um baterista, não é? 
John: Não sei e é incomum. Você faz o que é normal para você e o que funciona pra você. E você volta pra isso com mais paixão e amor. Se não for assim, acaba virando um emprego e eu me prometi quando era garoto, quando comecei a tocar bateria, que se um dia isso se tornasse um emprego, eu ia partir para outra.
Shavo: Ou daria um passo para trás.
John: Não, eu partia pra outra.

Host: John, quando você estava nos Scars On Broadway, que é um projeto muito bem sucedido, houve vezes em que você pensou que o System não ia mais voltar? 
John: Nunca houve nenhuma vez em que pensei que o System não fosse voltar. Eu sempre soube que nós voltaríamos, não sabia quando ia acontecer e não tinha certeza se ainda seríamos capazes de tocar porque poderíamos ter 70 anos.

Host: Shavo, depois de todos esses anos você sempre soube que a banda ia voltar? 
Shavo: Sabe de uma coisa? Sinceramente? Sim.

Host: Isso é bem interessante. 
Shavo: Mas o que você disse antes, de “dois anos, tudo bem. Cinco anos, uau”, é, eu concordo com você. Penso o mesmo. Eu esperava dois ou três anos, não esperava cinco, mas sabe de uma coisa? Pode levar cinco, pode levar sete... contanto que chegássemos aonde estamos agora e pudéssemos olhar um pro outro e sorrir, sabe. Tivemos um ensaio na noite passada, houve um momento em que estávamos tocando as músicas que eu olhei para o John e Daron e os dois olharam pra mim e sorriram e foi naquele momento que senti aquela mesma energia que nós temos quando tocamos para 100 mil garotos. Eu senti isso naquela salinha.
John: E aí nós nos beijamos. 
Shavo: Por que você tem que contar isso pra todo mundo?

Host: Vocês mantiveram contato um com o outro durante esse período? Tipo, quando o telefone toca qualquer hora, poderia ser Daron ou Serj, perguntando como estavam as coisas, dizendo um “oi”? 
John: Nós sempre mantivemos contato, especialmente em datas como natal, aniversários, esse tipo de coisa...
Shavo: John e eu mantivemos contato um pouco, Daron e eu nunca perdemos contato, nós perdemos um pouquinho principalmente enquanto ele estava ocupado com o Scars...
John: Nós também estávamos muito ocupados com nossas coisas e dar espaço para as pessoas não significa necessariamente que elas estão fora de sua vida, nós fazemos parte da vida um do outro em vários níveis, mas você precisa dar espaço um do outro.
Shavo: John e eu quase brigamos num cassino em Las Vegas porque...
John: Eu sou uma pessoa muito sensível
Shavo: …não foi nada físico, mas... Posso contar a história?
John: Conte a história.
Shavo: Então, eu fui pra Las Vegas com minha família, minha mãe, meu pai...
John: Ele passou vinte dias lá. Eu moro em Vegas.
Shavo: É, quando eu vou pra Vegas, não vou embora. Então estou lá com minha noiva na época e estou lá apostando, me saindo bem e de repente o John aparece, porque ele mora em Vegas, certo? E eu: “oi John!”, e ele: “Você e eu precisamos conversar”, e eu : “o que foi?”.
John: Isso às 3:30 da madrugada.
Shavo: 3:30, e eu: “mas, espera, estou me dando bem” e pude ver pelo olhar dele, aquele brilho, que ele já tinha bebido alguns...
John: …coquetéis.
Shavo: …coquetéis, vou chamar assim.
John: Meia garrafa de whiskey.
Shavo: Meia garrafa de whiskey. Então ele diz: “você e eu precisamos conversar”, me puxa da mesa e eu falo: “não vou conversar agora”, e foi aí que caiu a ficha e entendemos tudo o que achávamos o que o outro estava pensando.
John: Não, o que realmente aconteceu – porque você não lembra... 

Host: A névoa do whiskey. 
John: Eu é que estava na névoa do whiskey e ele é que não lembra. Ele veio pra Vegas e não me ligou. Eu achei isso desrespeitoso.
Shavo: Ah é, foi isso mesmo.
John: Está vendo? Ele nem se lembra.

Host: Você estava lá há 20 dias? 
John: Era só me ligar que a gente saía pra jantar ou qualquer outra coisa.
Shavo: Eu não estava lá há 20 dias...
Shavo: Eu me desculpei e disse que não ia discutir aquilo no lobby do hotel, isso não se faz...

Host: Não se tira um homem de uma mesa de jogo quente, sinto em dizer, John. 
John: Eu poderia poupá-los... Fiz isso quando o jogo estava quase virando.

Host: The Forum (onde será o show de Los Angeles) é um local importante, mesmo para uma banda como o System of a Down, que está na ativa por um longo tempo, ainda há algo mágico em tocar num lugar como o Forum, certo? 
John: Há uma história lá. Eu fui a um dos meus primeiros shows lá: Rush, na turnê Presto.
Shavo: Eu já joguei no Forum, basquete.

Host: Como aconteceu? 
John: Com os Lakers, já naquela época.
Shavo: Não, de verdade. Nos anos 80, a escola que eu, Daron e Serj frequentávamos – nós não nos conhecíamos na época, mas a história mostra que estivemos lá – na terceira série a escola tinha um programa onde o time da escola jogava no Forum antes do jogo do Lakers. E eu estou falando do tempo de Magic Johnson, Kareem, Cooper, Jamaal Wilkes, Rambis, esse pessoal. E eu joguei por 15 minutos, no Forum, bem antes do Lakers jogar.
John: Competição de azarões.
Shavo: Eu nem consegui pegar na bola, mas fiquei correndo pra lá e pra cá

Host: E você nunca vai esquecer disso enquanto viver, está gravado no seu cérebro... 
Shavo: De jeito nenhum!

Host: ...pois você estava naquela quadra. Quantos anos você tinha na época, Shavo? 
John: 105. 
Shavo: Quantos anos se tem quando você está na terceira série?
John: Vinte?

Host: Tipo, 8 ou 9, algo assim? 
Shavo: Eu tinha uns 12 anos.

Host: Eu estava imaginando qual o cumprimento da sua barba naquela época. 
Shavo: Estava começando a nascer. Não, mas eu estava na sétima série.

Host: Sua barba é um compromisso, cara. Isso deve ser algo que você leva muito a sério. 
Shavo: Eu andei cortando.

Host: É e você deixa crescer tudo de novo. 
Shavo: Bom, eu ouvi falar que o System estava voltando. Quando eu toquei com o Scars, sabe, o Scars tinha alguns shows e eles me pediram pra tocar, porque esses caras são meus irmãos, sabe, Daron, John e o restante dos caras. E foi divertido tocar guitarra porque eu fui guitarrista primeiro, então eu raspei a barba e disse que seria uma nova identidade porque estava cansado de ser conhecido como aquele cara da barba de trancinha.

Host: Claro, entendo isso. Falando em guitarra – tem mais coisas sobre System – mas tenho que te perguntar só porque sou um grande fã, diga-me como foi trabalhar com o Dr. Funkestein, conte-me como foi tocar guitarra com o George Clinton. 
Shavo: Toquei guitarra, baixo e cantei pra ele também em algum ponto... Na verdade, RZA... Ok, eu estava fazendo um encontro na casa numa tarde e recebi um telefonema de Nova York, não queria atender, mas atendi... para encurtar a história, era George Clinton. E ele… Eu sei imitá-lo, mas não quero fazer agora porque é de manhã cedo...
John: Você disse que sabia fazer, agora não vai fazer?
Shavo: [imitando a voz de George Clinton] “Eu ouvi dizer que você está com esse lance chamado Achozen”, e eu falei: “quem está falando?”, e ele: “aqui é o George Clinton”, e eu: “não é o George Clinton? Quem está sacaneando comigo?”... Enfim, 3, 4, 5 minutos depois eu percebo que era mesmo o George Clinton pois ouvi RZA ao fundo falando com alguém de Nova York, dizendo: “ele está viajando, ele está viajando”. Daí estou andando pela casa, falando de George Clinton e de repente digo-lhe para vir à minha casa e fizemos esse álbum chamado Achozen, que tem John Frusciante, membros do Wu-Tang, Geroge Clinton e tudo o mais. Enfim, não é essa a questão, mas...

Host: O que adoro, Shavo, é que, não importa quanto tempo você esteja no negócio e não importa quão popular sua própria banda seja, os músicos ainda têm seus herois, ainda têm ídolos. Alguém como George Clinton chega e você diz: “Meu Deus, não acredito que estou falando com você!”. 
Shavo: Eu estava nervoso, estava gaguejando, quer dizer, não estou brincando, eu não acreditei. E quando acabou... Na verdade, quando ele juntou-se a nós, todas as vezes que estávamos juntos, era a maior viagem. E ficamos amigos e eu toquei com a P-Funk, no lugar de Bootsy em cinco, seis shows na turnê, foi uma grande honra! Eu fico arrepiado em falar nisso. E as pessoas perguntavam: “Você é o cara do System of a Down”, e eu: “Mas é a P-Funk ali, cara, está de brincadeira?”

Host: P-Funk vence, certo? 
John: As pessoas têm que entender que nós não olhamos para nossa banda como sendo uma banda extraordinária nem nada assim. Nós apenas estamos numa banda e gostamos do passeio.
Shavo: Só fazemos música, somos músicos.

Host: Sim, e eu ouvi você dizer antes, John, que basicamente vocês estouraram, mas para vocês ainda é a mesma coisa, vocês ainda são os mesmos caras ali no palco tocando a música que vocês amam. 
John: Isso também foi gradual, não aconteceu da noite pro dia para nós, sabe, houve um longo processo. Nós éramos uma banda que não tocou no rádio ou na MTV imediatamente. Foi um longo processo para nós.

Host: Eu lembro da primeira vez que ouvi Sugar, nós a tocamos e, sinceramente, nunca tinha ouvido nada igual na época. Era tão diferente de tudo o que estava tocando no rádio, “qual é a desses caras? Por que aquele cara grandão está gritando comigo?”. Foi o começo do que se tornou uma de minhas bandas preferidas.
John: Obrigado.
Shavo: Obrigado.

Host: Vamos falar sobre O System of a Down 2011. Vocês mencionaram que estão ensaiando, quantos shows já estão marcados? Eu sei que as datas estão sendo divulgadas o tempo inteiro, mas já há um bocado delas até agora
John: Algo como vinte shows.
Shavo: É.

Host: Vinte shows? É um grande compromisso.
John: É um compromisso... na verdade, não. Nós gostamos de nos comprometer com 300 shows, eu e o Shavo. Nós não queremos parar de fazer turnê, é assim que somos. Nem todo mundo tem essa filosofia, então temos que respeitar o que todo mundo na banda quer fazer.

Host: É, tem que dar certo para a agenda de todo mundo, claro. 
John: Mas vinte shows é muita coisa.

Host: A pergunta de um bilhão de dólares que fazem a vocês em todo lugar que vocês vão e todas as vezes que o assunto System é abordado é obviamente qual o futuro da banda em termos de novas músicas? Se é algo sobre o qual vocês falam...
John: Na verdade, não chegamos a conversar sobre esse assunto. Nós queremos mais é ir lá e nos divertirmos na estrada de novo. Nossa última turnê que foi em 2006, no Ozzfest, nos divertimos demais, foi uma das melhores turnês, simplesmente aproveitamos, não havia nenhuma pressão e é assim que queremos viver nossas vidas agora: sem pressão, sem ter que pensar em algo que está a um ou dois anos de distância. Só queremos ir lá, nos divertirmos e restabelecermos os laços, estarmos juntos no palco e compartilharmos. Não fizemos isso por cinco anos, então é isso o que estamos ansiosos para fazer.
Shavo: E é muito muito bom poder dizer que vamos tocar em Los Angeles novamente, porque é onde nós vivemos e onde surgimos. Eu lembro de nosso primeiro show, dia 20 de maio de 1995 no Roxy, nunca poderei esquecer aquele momento, sabe.

Host: E vocês imploraram para tocar lá.
Shavo: É e eu trabalhava num banco. Você sabe da história. Ficávamos ligando pra lá e eles desligando na nossa cara. Enfim, já chega dessa história, estamos de volta e eu adoro isso. E agora tem esse mundo do Twitter, eu nem sabia ligar um computador naquela época, agora tenho o Facebook...

Host: Eu sigo vocês no Twitter e fiquei muito feliz em ver como você ficou chateado com a derrota do Steelers (time de futebol americano), porque eu os odeio tanto.
Shavo: Eu estava ficando louco...
John: Eles não são nem o número um. Não é o meu time, o Bills, que perdeu.

Shavo: Tocaremos no Forum dia 24 de maio.

Host: Aliás, quem vai abrir os shows pra vocês?
Shavo: Quem vai abrir pra gente, cara?
John: Gogol Bordello.

Host: Ah, legal! Esse é outro show louco também.
John: Uma coisa que quero falar é o quão incrível é, depois de cinco anos parados, a reação de nossos fãs, é realmente emocionante e é nos sentimos lisonjeados em saber que as pessoas têm essa paixão por nossa música. É uma sensação ótima.

Host: Foi a melhor notícias de todas saber que vocês estavam voltando e mal podemos esperar para ver qual o próximo capítulo do System of a Down.
John, Shavo, muito obrigado por virem. Agora vocês podem ir em frente e pegar um Burger King, caras.

Shavo: Sigam o @systemofadown no Twitter e sigam-nos também, se vocês quiserem saber de alguma novidade e do que vai acontecer no futuro.
John: Sigam o Shavo, eu nunca posto nada.
Shavo: Enfim, valeu.







Fonte: Site of a Down

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